quarta-feira, 19 de outubro de 2011

‘Max Payne 3’: uma São Paulo como você nunca viu


Max, agora, não é mais um policial, mas um homem decadente, bêbado e viciado em analgésicos
 | Plataformas: Xbox 360, PS3, PC | Desenvolvedora: Rockstar Vancouver |Editora: Rockstar Games | Lançamento: Março de 2012
Quando você imaginou que veria o edifício Copan estampado na capa de um videogame? O prédio criado na década de 1950 por Oscar Niemeyer, que mais parece uma minhoca de concreto, é um dos mais importantes e simbólicos edifícios da capital paulista. Localizado na região central da cidade e com mais de mil apartamentos, faz todo o sentido ele estar presente na capa de um jogo tão sagaz quanto “Max Payne 3”.
Nesta terceira edição, o anti-herói homônimo não é mais um policial, mas um homem decadente, bêbado e viciado em analgésicos. Sem trabalho, deixou a cidade de Nova York e foi para São Paulo, onde atua em um domínio de segurança privada. Em sua missão, Max deve proteger a família de Rodrigo Branco, um magnata dos negócios imobiliários. Agora, o detetive vingativo das outras edições dá lugar a um Max mais velho, mais gordo e de cabeça raspada que busca por justiça com suas armas e instintos nas ruas da maior metrópole brasileira.
“Max Payne 3” desenrola oito anos após os acontecimentos do jogo anterior e a Rockstar parece empolgada com toda a sua evolução. “Max Payne 3 nos deu uma oportunidade criativa fantástica para evoluir um dos mais icônicos personagens. Estamos empolgados para mostrar aos fãs a versão moderna de Max que os levará de volta à sua deturpada e sombria história”, disse Sam Houser, Diretor da Rockstar Games, em release oficial à imprensa.
max payne












Durante o mês de setembro, a produtora confirmou o lançamento do jogo para o mês de março de 2012. “Max Payne 3” está em produção já há um tempo, e foi anunciado pela primeira vez em maio de 2009, com o lançamento planejado para o final daquele ano. É verdade que a franquia não se frutificou tanto nos videogames e possui apenas dois jogos lançados até hoje. Mas o peso cultural da saga vai além... o game ganhou um filme com Mark Whalberg no papel principal e foi um dos primeiros jogos a ter versões traduzidas para o português. Mas o fato é que qualquer jogador da geração passada que se preze sabe que Max Payne não é qualquer joguinho, mas um dos melhores e mais revolucionários games de ação já produzidos.
Com o tempo extra na produção, a Rockstar Vancouver, que encabeça o projeto, decidiu inserir uma versão multiplayer ao título que, segundo a companhia, trará uma experiência nova e atraente aos jogadores. Como acontece nos modos tradicionais, além de suporte a clã, haverá diversas opções estratégicas de armamentos e um profundo sistema de ranking e recompensa. No entanto, os elementos conhecidos da franquia, como o “bullet time”, no qual a ação se desenvolve em câmera lenta e o jogador tem a possibilidade de fazer movimentos acrobáticos enquanto acerta alvos, é ainda um item evidente nesta nova edição.
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This is São Paulo, Brother!
Você deve estar se perguntando por que São Paulo foi à cidade escolhida para ilustrar esse novo jogo. Bem, quem jogou as edições anteriores sabe que a vida do nosso protagonista não é muito cheia de sorte e alegria. Sempre em conflito e com diversas tragédias envolvendo sua família, Max decidiu esquecer seu passado e se aventurar em um país latino-americano, afinal, o lado sul das Américas costuma ser visto como um ambiente cheio de boas oportunidades.
Claro que pisar em novas terras não significa que sua vida tome jeito. O emprego como segurança particular de uma influente família paulistana, não seria nada mal se as coisas ocorressem de forma calma. O problema é que não é só de influência que vive essa família - ela também é cheia de inimigos e trará muitas dificuldades para o nosso anti-herói.
Logo no início da aventura, a facção criminosa Commando Sombre sequestra Fabiana Branco, a mulher de seu chefe, e para o resgate os criminosos exigem uma enorme quantia em dinheiro. A missão inicial já deixa claro um dos aspectos mais evidentes de “Max Payne 3”: você não poderá confiar em ninguém. E como se trata de um game de ação, a Rockstar se empenhou em criar um submundo paulistano, com direito a muitos tiros, reviravoltas e clima de suspense.
Vale lembrar que os longos diálogos das edições anteriores foram deixados um pouco lado, isso porque o roteirista, Sam Lake, não está envolvido neste projeto, desta forma o teor da história receberá uma diferença significativa. No entanto, a extrema violência e os dilemas pessoais de Payne serão os principais trunfos de uma história que garante estar mais madura e moderna.
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Tempo desacelerado
A Rockstar já confirmou que as ações em bullet time estarão constantemente presentes e virão com novidades e melhorias. Entre elas, está à sensação de desaceleração do tempo, que proporciona um efeito parecido com o que vimos no filme “Matrix”. Essa opção também possibilita que o jogador tenha uma maior interação com o cenário e com o que acontece a sua volta.
Deste modo, não serão apenas tiros lentos filmados pela câmera, mas a chance de ver Max voando enquanto se joga no chão ou acompanhar detalhadamente o arremesso de algum objeto. Outra adição bacana é que a bullet cam retornará, ou seja, a tela conseguirá acompanhar todo o movimento do último elemento disparado contra o inimigo.
Como é comum nos jogos da Rockstar, - e para contemplação dos paulistanos - o visual do jogo foi todo criado em cima da cidade de São Paulo, assim sendo vamos poder visualizar lugares notáveis da metrópole e ter uma imersão ainda mais completa à trama. Há também a inclusão de um novo motor gráfico que permite uma captação detalhada do que existe de mais peculiar em São Paulo, isso permitirá que o contraste entre a riqueza e a pobreza seja evidenciado e aproveitado para dar mais calor ao enredo.
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A ação está mais rápida, fluída e intuitiva, principalmente pela volta do sistema de cobertura e das melhorias em momentos de combate. O número de armas também aumentou, ficando próximo ao que vimos em “Red Dead Redemption”. Algo que os jogadores vão aprovar, principalmente depois da linearidade apurada vista em “L.A. Noire”, é que “Max Payne 3” está menos linear, o que oferece ao jogador mais liberdade ao controlar Max pelas ruas paulistanas.
Não há como não abrir um sorriso e ficar orgulhoso com a possibilidade de imergir em um jogo dentro de um eldorado brasileiro. O trailer divulgado pela empresa mostra uma São Paulo com muito samba, futebol e violência. Mas eu torço que não seja só isso que a Rockstar tenha a mostrar do Brasil. Acho que você também torce!

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